segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Na Barraca do Velho Badaca


           um presente para o Conde Badaró

É dia útil, mas toda segunda-feira
é feito feriado
na barraca do velho Badaca.
Onde não existe hora para existir
o sol se dá de presente, junto à praia,
flamejante sobre as correntes
enquanto o mundo segue caduco
longe dos coqueirais 
e da barraca do velho Badaca.
No comércio, os pregões.
Sobre a ponte, automóveis enfurecidos.
O homem pobre, o tempo pobre.
Mando esse mundo, enfim, às favas,
e festejo o canto de cada pássaro.
Celebro o encanto das águas
onde encontro razões para continuar.

A barraca de praia do meu amigo Badaró, na Enseada do Pontal,
um espaço de retiro em pleno perímetro urbano de Ilhéus.

3 comentários:

Antônio Bispo disse...

Caramba! Que poema bonito, jovem!

Jorge Elias Neto disse...

Já estive nesse canto/recanto ...
Abraços,

Fátima Santiago disse...

Esse poema me lembrou Cidadezinha qualquer, do Drummond, principalmente o verso "O homem pobre, o tempo pobre..." soa como um eco dos versos "Um homem vai devagar, um cachorro vai devagar, um burro vai devagar...". Parabéns, Gusta.