sábado, 28 de agosto de 2010

Vozes femininas da poesia na América do Sul - Gladys Carmagnola

O Paraguai legou-nos a grande voz de Josefina Plá, poeta que embora nascida na Espanha, possui obra e vida totalmente identificadas com a cultura do país sulamericano. Entretanto, nesta postagem, falamos de Gladys Carmagnola, poeta que possui obra amplamente conhecida e reconhecida em sua pátria e demais entes hispanos.
Tendo recebido diversos prêmios literários, Gladys Carmagnola, chamada por Hugo Rodríguz-Alcala de “embaixadora do vento e da chuva”, nasceu em Guarambaré, em 1939, e escreve desde a adolescência. Seu primeiro livro foi “Ojitos negros”, lançado no já distante ano de 1965. De lá para cá, seguiram outras vinte publicações entre obras para o público infantil e adulto.
De sua autoria possuo apenas um livro, que é “De Banderas y señales”, de 1998, de onde extraí o poema abaixo, obra em que percebemos claramente uma poeta fecunda e consciente do tempo presente, que valoriza o uso da língua comum, ao rés da fala, e que além de possuir algo de próprio a dizer, o diz muitas vezes com uma consciência nascida do saber e de circunstâncias muito pessoais.

CANÇÃO

A canção possui facas
que ferem, hoje mais que antes
- mil punhais assassinos
aos que não se culpam –

facas que desde o vento
com o fio da tarde
apunhalam a palavra
e entre estertores e sangue
deixam uma e outra lágrima
(Isso não me extasia!)

facas que se refugiam
covardes, em qualquer parte,
enquanto no ar cresce a canção
com letras que são cadáveres.

(Tradução: Gustavo Felicíssimo)


CANCIÓN

La canción tiene cuchillos
que hieren, hoy más que antes
-mil puñales asesinos
a los que no acusa nadie-

cuchillos que desde el viento
con el filo de la tarde
apuñalan la palabra
y entre estertores y sangre
dejan una que otra lágrima
(¡Eso no me lo arrebaten!)

cuchillos que se refugian
cobardes, en cualquier parte,
mientras en el aire crece la canción
con letras que son cadáveres.

Relação externa:
http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/paraguai/gladys_carmagnola.html

Um comentário:

m disse...

qué lindo encontrar tu blog, y más bonito aún encontrar una entrada sobre esta dulcísima mujer (una de mis pocas ¨ídolas¨ aún vivas...) a quien pude conocer en un taller

varela, agustini...wow, adelante con el blog