quinta-feira, 5 de agosto de 2010

De olhos fechados

Henrique Wagner

A escuridão de não poder te ver
parece feita de uma estranha luz:
de muita dor e de irreal prazer,
que à imensidão e a meu papel conduz.

Escrevo tudo o que me faz reler
em cada verso de canções azuis,
a natureza de um real Monet
e a tua ausência, que inda me seduz.

Pois foi por ti que me guiei no escuro,
e se é verdade que inda te procuro
é porque vives, bem no fundo, em mim.

Se nesta febre de viver aceso
eu me encontrar a ti, eterno e preso,
é que cheguei por onde outrora vim.

Henrique Wagner é baiano de Salvador, onde reside. É poeta, contista, ensaísta e crítico de cinema. Colaborou com os jornais A TARDE, Correio Brasiliense, Rascunho, entre outros. Publicou os livros de poemas “O grande pássaro” e “As horas do mundo”, e o livro de ensaio “A linguagem como estética do pensamento”.

2 comentários:

Andreia Hernandes disse...

Que texto maravilhoso.
Não reli, treli. Rs. Muitíssimo bom.

Andreia.

Otávio M. Silva disse...

ola, adorei o blog... tem um ar diferente

dá uma passada no meu depois, ok?

http://otaviomsilva.blogspot.com/

forte Abraço