domingo, 27 de dezembro de 2009

1º Poema da Infância

O menino que eu fui não é mais
e esse é um grande acontecimento
na vida de quem ouve o silêncio das borboletas.
O menino que eu fui e os seus pertences
ficaram entalhados na memória,
também ficaram os acontecimentos:
a ‘badogada’ que eu dei numa pomba
e que para aliviar meu remorso não morreu;
as brincadeiras de ‘ana mula’ e ‘mãe da rua’;
as disputas de bilboquê
e o ‘paredão’ com bolinhas de gude.
Era teimoso aquele menino!
Não comia se houvesse uma bola por perto
ou se um primo quisesse brincar;
Não dormia enquanto houvesse vento
e uma pipa para ‘empinar’.
Aquele menino desgastou-se no tempo!
O menino que eu fui não é mais.


08.01.2008