quinta-feira, 23 de abril de 2009

Confissão de um velho boêmio

Alberto da Cunha Melo


Toda vida devia ser
uma festa sem fim, velório
festivo da morte do tempo,
fogueira de azuis, crematório

ou, mesmo, hospital de lembranças
dos que nunca foram crianças,

e pularam toda a pureza,
ao invés de pular a corda,
dançar nas horas da beleza;

dos que hoje morrem sem saber
que festa acabam de perder.

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